Eu sou pau pra quarqué obra
Sou madeira de valor
Não entorto e nem quebro
Também não mudo de cor
Eu sou flor pra quarqué vaso
Sereno pra quarqué flor
Sou poeta em quarqué hora
Na alegria e na dor
Eu dou foice e dou machado
Pro mato que tá de pé
Dou enxada e dou meu braço
Pra salvar nosso café
Dou tesouro e corto a língua
De quem fala o que não é
Sou valente e dou pancada
Carinho dou pra muié
Pra boi brabo eu dou laço
Burro xucro dou de espora
Dou conseio e abro o zóio
Da menina que namora
Pro doente dou remédio
Para o pobre dou esmola
Pra derrotar o twist
Tem pagode e tem viola
Meia dúzia de twist
Para nós não atrapaia
Eu bato logo no burro
Eu não bato na cangaia
Pro pagode eu dou parma
Pro twist eu dou vaia
Quero que o pagode suba
E quero que o twist caia
Rei do gado e terra roxa
E também rei do café
São as cores sertaneja
E ninguém diz que não é
Violeiro da nossa terra
Em vocês eu faço fé
Quem não gosta de viola
Que não pise no meu pé